domingo, 25 de maio de 2008

Ao meu eterno amigo
Quase

Quase não te reencontrei
Quase não me apaixonei
Quase não abandonei(quase) tudo por você
Quase não te amei perdidamente
Quase morri ao te perder
Quase consegui passar um dia sem pensar em você
Quase te esqueci...
Mas consegui me esquecer ao te amar
Quase consegui te odiar
Quase consegui lembrar de mim
Quase parei de te amar
Quase consegui me apaixonar de novo
Você, quase deixou
Quase te esqueci
Mas no final desisti
Quase parei de sorrir
Quase deixei de ser feliz
Obrigada, obrigada por quase sempre estar por aqui...

domingo, 18 de maio de 2008



Primeiro conto descritivo.

Retorno para o meu apartamento aqui em São Paulo. Com certeza não um lar, só um lugar para viver meus dias durante a semana.
Tarde da noite, pego um caderno e uma lapiseira e começo a descrever meus sentimentos, como se tentasse retirá-los de mim e deixá-los aqui.
Recentemente estou me sentindo estranha. Como é que uma pessoa consegue fazer isso comigo? Tenho medo do que possa estar sentindo.
Relembro de minhas antigas paixões, do meu único e primeiro amor. E este sentimento não é igual a nenhum deles. Nunca me senti assim...
Ah!, seu sorriso, lindo... Te vi há alguns meses pela primeira vez, e não senti nada. Ocorre-me agora a primeira vez que você chamou minha atenção... *segredo*
Quando sei que vou te ver, um sorriso bobo e inocente toma meu rosto. No dia anterior acabo indo dormir bem tarde, como de costume. Mas meus pensamentos são inteiros seus. Às vezes a realidade e o sonho se confundem. Deitada em minha cama, com os olhos bem pesados, adormeço.
... desperto! Manhã fria, São Paulo é sempre assim. Ou não, talvez eu que tenha frio demais.
Abro um sorriso! Vou te ver hoje!! As horas do meu dia passam arrastadas... Levanto, ainda de pijama, vou até a cozinha e pego algo para comer. Vejo um pouco de TV e olho no relógio - 10:30. Preciso fazer o almoço, penso. Mas desisto da idéia. Eu, envolta ao meu aconchegante cobertor cor-de-rosa, decido ficar mais um tempo em frente à TV, vendo algum programa totalmente masscult. Um seriado, provavelmente.
TIC-TAC-TIC-TAC-TIC-TAC (Estágio 1)
Olho no relógio novamente - 12h. Levanto e vou preparar meu almoço.
Leio um pouco, estudo a matéria do dia. Procuro em um jornal por empregos e listo as vagas disponíveis - vida de universitária desempregada.
Olho no relógio - 16h. Está chegando, está chegando a hora!! *hihi*
Pego o livro - Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago - e continuo minha leitura (muito bom o livro, recomendo!). Quando lemos o tempo parece que passa mais rápido. O tempo é relativo, tudo é!
De novo, olho no relógio, finalmente 18h. Vou tomar banho e me arrumar. Vou te ver, vou te ver! (Estágio 2)
Na ida para a faculdade vou pensando em você. Como será que você vai estar vestido? Qual a cor da sua roupa? Azul, talvez. Mas escura, sempre escura. E quanto aos seus sapatos? Vai estar com seu tênis preto da Nike, ou com sua papete(*muito fofo*), ou quem sabe com o seu sapato marrom, ou seria beje? E seu relógio, o de correia de plástico ou de alumínio? S
eu cabelo deve estar graciosamente desarrumado, como sempre. E sua barba por fazer. Penso eu.
Chego
logo a faculdade e espero te encontrar no corredor do prédio antigo, talvez em frente à sala de aula...
Perdida em meio aos meus pensamentos e
devaneios, te encontro. Você vem em minha direção. *Meu coração bate mais forte, e me dá friozinho na barriga*. Você, como num milagre, sorri para mim. Aquele sorriso que eu tanto gosto, que compõe à sua feição meiga e ao mesmo tempo séria. (Estágio 3) Você pára na minha frente e fica me olhando, profundamente dentro dos meus olhos. Da mesma forma que te olho, em todas as vezes que te encontro. Seu olhar é tão meigo, tão oblíquo, como diz a minha amiga. Aquele olhar que diz muito, que guarda histórias e muita sabedoria. Te admiro, sabia? O resultado dessa admiração foi esse sentimento inominável.
De súbito suas mãos tocam as minhas. (Estágio 4) Seus dedos se entrelaçam aos meus, seu olhar se intensifica e seu sorriso me ilumina.
10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1 - ESTALO!
...o despertador toca e eu acordo. Às vezes o sonho se confunde com a realidade, relembro.
Meu dia se sucede praticamente da mesma maneira que havia sonhado. E passo meu dia sonhando. É difícil saber se estou sonhando que estou escrevendo agora ou se estou acordada sonhando com você...
Olho no relógio, 18h, vou me arrumar. Vou te ver, vou te ver!
E agora é de verdade.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

14 de maio de 2008, quarta-feira

Trancada num cubo. Sentada encolhida no canto. Olho a minha volta e o que vejo? Azul. Sim, paredes inteiras pintadas de azul. Olho para cima, desesperadamente procurando uma saída e vejo uma luz. Muita claridade acaba por incomodar.
Respiração ofegante, rápida. Coração batendo apertado no peito. Pode-se ouvir um palestrante lá fora, falando sobre o Estado, crime, ONGs... e coisas que não me fazem o menor sentido agora. Não que eu não concorde mas simplesmente agora nada disso me interessa e um grito preso na garganta me agonia cada vez mais.
Sem pensar muito retiro um estilete do meu bolso, arregaço a manga do braço direito... E a ponta cortante entra em contato com a minha pele, branca e nova.
Dor? Nada dói mais que essa angústia no peito que me dá vontade de gritar, de quebrar coisas, de brigar, de chorar, de me matar, de desaparecer... mas eu me calo. Sempre me calo!
E a psicóloga - a palestrante no momento, Marisa sei-lá-o-quê - está falando sobre a política, subjetividade. Não podemos aceitar tudo que acontece(Psicologia Social). "Nós estamos aqui para fazer história", ela inicia sua fala. Que porcaria de história eu estou fazendo??
Saio do pequeno cubículo e minha amiga olha para mim perguntando se eu estou bem. Meu braço ainda sangra. E eu não consigo lembrar como tudo aquilo aconteceu, como meu braço está todo cortado...
Eu viro e dou um sorriso, com aquela cara de "perdida", com uma feição triste e confusa, digo que sim com a cabeça e retornamos ao grande auditório. Nem meio cheio, nem meio vazio.
Alunos, estudantes de psicologia, prestando atenção aos palestrantes, tentando retirar toda informação que lhes é concebida. Alunos com sede de sabedoria, de conhecimento. Ou aparentam ter... Não dá pra saber o que se passa na cabeça de cada um. Nem na minha eu sei!
Volto e sento na minha meia poltrona, meia cadeira, acolchoada e almofadada azul. Paredes e chão cinzas... 2 cores, elas me remetem a alguma outra coisa? Não, somente a um grande vazio ao qual já estou acostumada a viver. Passa a ser minha moradia permanente, triste e sozinha. A solidão. Ela vive dentro de mim ou eu que vivo dentro dela? Meu dilema!
Cansada, só isso, penso. Exausta! Morte! Choro! Desespero! Tristeza! Felicidade! Agonia! Dor! Grito! Grito! Grita! Vai grita, grita! Deixe os demônios saírem em forma de palavras pela minha boca! Medrosa! Covarde: morte não leva a nada! COVARDE! GRITA! Nem isso você consegue... Não quero mais me cortar. Mas impossível não fazê-lo qaundo a dor(da angústia) é insuportável e perco a consciência!!