domingo, 18 de maio de 2008

Primeiro conto descritivo.

Retorno para o meu apartamento aqui em São Paulo. Com certeza não um lar, só um lugar para viver meus dias durante a semana.
Tarde da noite, pego um caderno e uma lapiseira e começo a descrever meus sentimentos, como se tentasse retirá-los de mim e deixá-los aqui.
Recentemente estou me sentindo estranha. Como é que uma pessoa consegue fazer isso comigo? Tenho medo do que possa estar sentindo.
Relembro de minhas antigas paixões, do meu único e primeiro amor. E este sentimento não é igual a nenhum deles. Nunca me senti assim...
Ah!, seu sorriso, lindo... Te vi há alguns meses pela primeira vez, e não senti nada. Ocorre-me agora a primeira vez que você chamou minha atenção... *segredo*
Quando sei que vou te ver, um sorriso bobo e inocente toma meu rosto. No dia anterior acabo indo dormir bem tarde, como de costume. Mas meus pensamentos são inteiros seus. Às vezes a realidade e o sonho se confundem. Deitada em minha cama, com os olhos bem pesados, adormeço.
... desperto! Manhã fria, São Paulo é sempre assim. Ou não, talvez eu que tenha frio demais.
Abro um sorriso! Vou te ver hoje!! As horas do meu dia passam arrastadas... Levanto, ainda de pijama, vou até a cozinha e pego algo para comer. Vejo um pouco de TV e olho no relógio - 10:30. Preciso fazer o almoço, penso. Mas desisto da idéia. Eu, envolta ao meu aconchegante cobertor cor-de-rosa, decido ficar mais um tempo em frente à TV, vendo algum programa totalmente masscult. Um seriado, provavelmente.
TIC-TAC-TIC-TAC-TIC-TAC (Estágio 1)
Olho no relógio novamente - 12h. Levanto e vou preparar meu almoço.
Leio um pouco, estudo a matéria do dia. Procuro em um jornal por empregos e listo as vagas disponíveis - vida de universitária desempregada.
Olho no relógio - 16h. Está chegando, está chegando a hora!! *hihi*
Pego o livro - Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago - e continuo minha leitura (muito bom o livro, recomendo!). Quando lemos o tempo parece que passa mais rápido. O tempo é relativo, tudo é!
De novo, olho no relógio, finalmente 18h. Vou tomar banho e me arrumar. Vou te ver, vou te ver! (Estágio 2)
Na ida para a faculdade vou pensando em você. Como será que você vai estar vestido? Qual a cor da sua roupa? Azul, talvez. Mas escura, sempre escura. E quanto aos seus sapatos? Vai estar com seu tênis preto da Nike, ou com sua papete(*muito fofo*), ou quem sabe com o seu sapato marrom, ou seria beje? E seu relógio, o de correia de plástico ou de alumínio? S
eu cabelo deve estar graciosamente desarrumado, como sempre. E sua barba por fazer. Penso eu.
Chego
logo a faculdade e espero te encontrar no corredor do prédio antigo, talvez em frente à sala de aula...
Perdida em meio aos meus pensamentos e
devaneios, te encontro. Você vem em minha direção. *Meu coração bate mais forte, e me dá friozinho na barriga*. Você, como num milagre, sorri para mim. Aquele sorriso que eu tanto gosto, que compõe à sua feição meiga e ao mesmo tempo séria. (Estágio 3) Você pára na minha frente e fica me olhando, profundamente dentro dos meus olhos. Da mesma forma que te olho, em todas as vezes que te encontro. Seu olhar é tão meigo, tão oblíquo, como diz a minha amiga. Aquele olhar que diz muito, que guarda histórias e muita sabedoria. Te admiro, sabia? O resultado dessa admiração foi esse sentimento inominável.
De súbito suas mãos tocam as minhas. (Estágio 4) Seus dedos se entrelaçam aos meus, seu olhar se intensifica e seu sorriso me ilumina.
10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1 - ESTALO!
...o despertador toca e eu acordo. Às vezes o sonho se confunde com a realidade, relembro.
Meu dia se sucede praticamente da mesma maneira que havia sonhado. E passo meu dia sonhando. É difícil saber se estou sonhando que estou escrevendo agora ou se estou acordada sonhando com você...
Olho no relógio, 18h, vou me arrumar. Vou te ver, vou te ver!
E agora é de verdade.

2 comentários:

Sereníssi*mah* disse...

Que bom! Que bom! Que bom!

Nada mais tenho a dizer à você, Helô, minha querida...

Que bom que você postou, que bom que está evoluindo (e como!)a cada dia... que bom que nos encontramos (e descobrimos um bocado de coisas em comum e tantas outras tão diferentes!) e que maravilhoso texto!

Muito bem escrito, com um final surpreendente...

E sim... é nos sonhos que nos realizamos e nos tornamos plenamente quem somos!

Continue sonhado Helô!

**Beijin da Mah ; )**

Sereníssi*mah* disse...

só acho que você não deveria omitir fragmentos, eu que tive o prazer de ler seu texto na íntegra posso dizer com propriedade que ele, sendo um conto descritivo, perde muito sem estes conteúdos...
E você não deve nada a ninguém, lembre-se:

Enjoy the day, enjoy the fife. Live one moment at time!

; )