segunda-feira, 7 de julho de 2008

Me questiono, me critico e amadureço mais um pouco...

Mundo invertido


Li um texto que escrevi em 2005, logo após uma crise. Peguei sua estrutura, idéia principal, transformei-o e o atualizei...
Começava questionando o seguinte: “As pessoas pedem para eu sorrir, para eu ser feliz, mas por quê? Por que temos que ser felizes, por que temos que ser o que o mundo quer e não o que desejamos ser?” Agora eu indago a minha própria questão; e se eu for o que eu desejava ser, isso me fará feliz? E referente à felicidade da primeira frase, não tem que ser feliz, não é uma obrigação. Mas é o modo mais fácil de encarar a vida, seus problemas e obstáculos, e vivê-la em sua plenitude.
Não quero parecer uma rebelde sem causa, ou com causa. Só questiono retoricamente sobre estes assuntos que já foram muito discutidos. Eles me indignam, eles me inquietam, e ainda mais agora que estou abrindo os meus olhos para o mundo e me tornando uma jovem pensante e crítica (para o bom sentido).
“O mundo é cheio de regras e normas, por que temos que segui-las?” Ora, sem elas o mundo estaria literalmente de pernas para o ar, invertido, do avesso, ao contrário e todos seus sinônimos. Mas uma coisa que me incomoda com essa inversão do mundo, é o fato do respeito, da compreensão, da ética, estarem escassos. As pessoas não entendem umas as outras e “pré-julgam” sem terem condições de fazê-lo. Criticam uns aos outros sem olhar para o seu próprio erro. Você faz parte do todo, diz Morin. Não olhe só para o seu umbigo, o mundo é mais que você. Saia do seu próprio mundo, aprenda sobre a vida, para um dia você conseguir chegar a conclusão que não sabe nada e motivar-se a estudar mais para saber menos. Quanto mais se estuda, mais se aprende sobre o mundo, e percebe o quão grande ele é.
O mundo é um só, então por que dividi-lo em classes? A globalização foi feita para juntar ou para elitizar mais?
Nesse mesmo texto eu questionava sobre a validade da vida e escrevi: “Para que nós devemos viver? Nascemos, brincamos, descobrimos a vida, crescemos aos poucos. Estudamos, casamos, temos filhos, trabalhamos e morremos. Você já pensou na vida desse jeito, será que vale a pena? A gente faz tudo isso para no final morrer?”
Agora eu mesmo respondo: se desde o momento que nascemos pensarmos na morte, acabamos não vivendo. Eu via a vida como algo mecânico. Lógico que viver vale à pena. A vida é mágica. E descobrir os nossos semelhantes é fascinante! Ver que algo que você disse repercutiu em alguma ação ou pensamento positivo é muito gratificante. Dar risada com os amigos, ver filmes, ler, brincar, dormir, sorrir, sorrir muito, chorar, odiar, amar... todos estes verbos no infinitivo nos mostram que estamos vivos! Fazem-nos viver. Não só viva a vida, sinta!
O tempo passou, eu cresci e a angústia comigo. Estou prestes a desistir, desacreditada estou, que um dia ela vai embora. Ainda tenho um medo absurdo de crescer. De olhar para fora, de caminhar com as minhas próprias pernas. Mas o tempo não pára.
Termino falando novamente da felicidade (ela está em todos os momentos). “Em que parte da vida a gente realmente é feliz?! A felicidade das pessoas é real? Vivo num mundo de mentiras, falsidades que todos aprenderam a conviver.”
A maioria das pessoas são falsas em algum momento, com elas mesmas e com as outras pessoas. Umas se acostumaram tanto, que a sua falsidade é a sua realidade e aquela é uma mescla dos dois. Mas a felicidade não tem muito a ver com isso, eu acho. Deixe os problemas de lado, se preocupe menos com o que o outro vai pensar sobre você e carpe diem!! (Se um dia descobrir como se faz isso, me conte, por favor!)
Cada um tem a sua felicidade e o seu motivo para ser feliz. Não sei se existe alguém que seja feliz, mas acho que existe alguém que está feliz. Este alguém pode estar feliz quase o todo tempo, mas ainda sim existe a diferença entre ser e do estar!
Uma vez ouvi falar sobre a comparação do clima e do tempo para com a diferenciação da auto-estima da depressão. Ajusto a comparação e (re) defino: penso na nossa vida como sendo o clima de uma determinada região, ele ordena como ela prossegue ao longo do ano, por anos a fio. As estações, então, correspondem ao nosso estágio de humor. E o tempo sendo a pequena variação que ocorre para o clima da região; para o nosso humor. É o tempo que guia a nossa vida. Ele muda constantemente, mesmo dentro de um determinado clima. Somos uma "metamorfose ambulante”, já dizia Raul.

7 comentários:

Ana disse...

A maior prova de que a gente aprende com o tempo, com as experiências da vida (e aí poderia estar a razão de estarmos vivos)é perceber que você respondeu as suas próprias questões de 03 anos atrás.

Certamente existem muitas outras sem respostas, talvez as mesmas de antes. Mas tudo é um processo e o que importa, na minha singela opinião, é estar sempre feliz, aconteça o que acontecer. Porque amanhã é um tempo que nunca chega!

Fernando disse...

Seguindo sua metafora, somos São Paulo. As quatro estações presentes nas mesmas 24hs.

bjo

Alguém de Souza disse...

a vida está no passado, o futuro nos fazemos e o presente, passa rápido demais para pensarmos nele, se a beleza está nos olhos de quem vê, a felicidade está no olhar para trás, a felicidade é passado, no presente só existe alegria,mais instantânea e fugaz.

Sereníssi*mah* disse...

Talvez vc nem acredite no que eu vou dizer, mas é a mais pura verdade:
Anteontem estava conversando com os meus amigos sobre tais questões...
Embora seu texto seja bem abrangente, vc fala sobre várias situações e há uma conexão que vc mesma dá a elas de acordo com o que tem aprendido sobre a vida e de acordo com o que vc acredita.
Isto me intriga muito sabia?... usei quase que as mesmas palavras nesta conversa com os meus amigos no sábado.
Vc pode pensar: é natural; estamos na mesma faculdade, no mesmo curso, na mesma sala, temos interesses em comum e passamos quatro meses juntas... conversamos, tiramos conclusões, descobrimos muitas coisas...
Mas sabe, às vezes eu acho que vai muito além disso; deve ser o que alguns chamam de "sintonia"; será? Isto existe mesmo? Talvez um dia consigamos explicar, ou não...


P.S.: Escrevi isto ontem, eu ia ser a primeira a comentar, mas minha conexão caiu bem na hora de publicar o comentário e só voltou no final da tarde...
: (
Mas o importante é a intenção!

Naiade Pinheiro disse...

Adorei o texto!
Muito bom, mesmoo...
E, ao meu ver, nós temos que estar sempre buscando a nossa felicidade, a felicidade que existe dentro de cada um de nós, e dar o melhor de si para que consigamos alcançar todos os objetivos, pois se conseguirmos, teremos a felicidade, certo?
O lema é "viver intensamente cada momento como se fosse o último".
Temos que aprender a carregar isso conosco... é bem difícil, mas um dia a gente aprende ;)

Beeeeeijos

O Equilibrador de Pratos disse...

Retribuindo a visita que fizestes ao nosso blog (www.oequilibradordepratos.blogspot.com), cá está um dos "Equilibradores" passando no teu blog. Dei uma lida por cima, lerei o resto dos posts mais tarde, mas digo que virarei assíduo. Espero que tu também. Pode rolar uma interação bem interessante entre blogs. (Jurandir)

Que seja eterno enquanto dure! disse...

Ola! Gostei muito da ideia de confrontar suas ideias! Acho q seria muito bom se as pessoas fizessem isso! Muito enriquecedor..muito inteligente!
Acredito sim que a vida eh maravilhosa e que soh nos mesmos conseguimos faze-la ser assim..A vida tem a cor que a gente pinta!
Pensei sobre o ser e o estar e penso que eu SOU feliz e as vezes ESTOU triste! Assim eh mais gostoso viver! Viver intensamente e aproveitar tudo aquilo que nos foi oferecido!
Ja fui muito "e se?"..e se eu ficar doente? e se nao der certo? e se ele nao gostar?..agora sou soh um pouco..hehe...mas estou aprendendo que o "e se" nao me levara ao erro mas tbm nao me levara ao acerto e aa felicidade!
A vida pode ser algo pre- programado..tipo uma planta..mas nos temos o poder de transformar nossa existencia em algo maravilhoso e VIVERMOS ao inves de SOBREVIVERMOS como outros seres vivos..acho que eh por isso que nos perdemos..temos toda essa liberdade de sermos, termos, querermos que nao sabemos mais o que fazer com isso!
O mundo precisa de algumas regras sim pq senao viraria uma bagunca mas isso nao impede que facamos, acreditemos nas nossas ideias..se tudo fosse feito nao invadindo o espaco do outro nao haveria problema..
Gostei muuito do seu texto!