domingo, 7 de setembro de 2008

Minha cidade semi-natal...


O telefone tocou. Alô? Manhê, é pra você. É um tal de Maldonado. Conversaram, vi uma certa preocupação. Ela ligou para o meu pai, conversaram. Em seguida ligou para o meu avô!
O que aconteceu mãe?

***

Fui viajar para São José nessas férias e não sabia exatamente o que ou quem ia encontrar lá. Nove anos lá e oito anos cá. Acordei assim que entramos na cidade, com o chacoalhar do carro por causa do paralelepípedo. Há muito tempo não acordava sorrindo, mas dessa vez os meus olhos sorriam comigo!Chegando lá, fui envolvida por uma brisa de gostosas lembranças. Tudo e nada estavam como há 8 anos...
(In)felizmente vendemos a casa. A casa onde cresci. O palco mais importante da minha vida. Ainda não sei dizer se foi bom ou não, pois a casa era como um vínculo com a cidade, um vínculo direto com o meu passado.
Ao entrar na casa, toda empoeirada, senti uma coisa muito estranha. Como se cômodos dela me trouxessem de volta os cômodos preenchidos, como eram antigamente... Eu vi a parede que juntava a diferença fazendo de lá um lugar só. Uma caixinha de surpresa, cheia de brinquedos, aventuras, historinhas e muita gargalhada. Vi o vão da porta da cozinha, que eu e a Ka subíamos...
Várias vezes uma teimosa lágrima tentou escapar de meus olhos...

Subi lá no terraço e olhei a cidade de cima. Respirei fundo: ar limpo! E fiquei olhando, até onde meus olhos conseguiam alcançar.

Fui então dar uma volta pela cidade. A praça e a igreja da matriz são o cartão postal da cidade, na verdade de qualquer cidade pequena. Mas para mim, o cartão postal é o coreto... Ah, esse coreto! Todo domingo a banda tocava no coreto desse jardim. E eu pititiquinha subia no murinho só pra ver a banda tocar...

Como um lugar pode provocar tantas lembranças? Elas estavam tão bem guardadas...
Tanto a casa como a cidade testemunharam muita coisa, tantas estórias e brincadeiras, testemunharam a vida sendo vivida do jeito que tem que ser.


Para muitos é só mais um texto sobre o passado desconhecido de alguém, que só fazem sentido para quem conhece, acompanhado por fotos mal tiradas. Mas para mim é muito mais que isso. Sou fruto do meu passado, sou fruto dessas fotos, e só com sua existência pude preencher este espaço.


Falo muito do meu passado e me prendo muito a ele. Um problema, eu sei. Do presente sinto falta da vida que me fazia viva.
Enfim, ainda volto pra te visitar, minha querida cidade semi-natal!
E na volta, deixei que a lágrima caísse... e fui cantarolando na minha cabeça "e lá de longe, a gente ouvia a tuba do Serafim..."

7 comentários:

Unknown disse...

Aiiiii Baka muito linda

mais veja pelo lado bom você ter se mudado pra cá conheceu agente eu e a Danny e voces são minhas metades , sem estarmos as tres juntas é como se faltasse algo , alma gemias existem varias conceitos mais eu acredito que vocs sejam minhas almas gemias somos tao diferentes por isso nos completamos .

te amoo bakaa

Sereníssi*mah* disse...

é um mal falar do passado, Helô?
Freud discordaria disso...
(uauhahua)
Bem, é um mal pensar no passado?
É um mal estar preso a ele?

Por que se for, eu também sofro desse mal...
(e creio que todos devem sofrer...)

P.S.: Você tem evoluído a cada dia!

**Beijooos**

Ana disse...

"A minha gente sofrida despediu-se da dor, pra ver a banda passar...e cada qual no seu canto e em cada canto uma dor"
Ótima trilha sonora para um tempo bom.
Que bom que a banda passou e deixou em você uma história tão bonita!

Fernando disse...

Qndo eu era mto pequeno, tinha uma brincadeira q fazia sempre q me despedia de alguma cidade ou viagem.
Eu dizia: "Eu vou, mas o meu coração fica.".

Tenho certeza q seu coração está lá, batendo forte, esperando vc voltar.

Naiade Pinheiro disse...

Eu não acho ruim se prender ao passado... a não ser que vc se prenda completamente a ele, pq assim como as qualidades, tudo em excesso se torna ruim.
Mas como eu estava dizendo, não é ruim se prender ao passado, pq de qualquer forma, vc É o seu passado, e pra vc chegar ao amanhã, vc terá que se tranformar no seu passado e no seu presente... meio confuso, né?!
hahahahah

Mas...adorei o texto e as fotos! *-*
Quando lembramos da infância, lembramos tbm da pureza que tinha nos nossos corações, na falta de maldade, no excesso de amor e sentimentos múltiplos...tudo novo!

Beeeijos

Que seja eterno enquanto dure! disse...

Amor!!! Que saudade dessa cidade maravilhosa!! Quando eu voltar a gente vai la visita-la! E tomar sorvete no Palacio e andar na praca e ver como a nossa casa esta agora...Otimas lembrancas!! Tambem deixei minha lagrimas cairem ao ler e lembrar da nossa cidade semi-natal!
Sao Jose do Rio Pardo eu te amo!!

Anônimo disse...

Helô my darling...
You are much more Riopardense than you think... I've always said so... Our hearts are all there... "I left my heart in San Fransisco".. oops! in Saõ José! And there's a part of the town in our hearts too... That's what we are made of... memories and experiences that make us who we are and that prepare us for the future. After all, there's no future without a past, and there's no past without a future... But most importantof all ... there's nothing better than the present!!!
Love you!!!
alligator mom